O Santo do Dia - São José Operário (1 de Maio)

ver anterior, dia 30)

São José Operário
(1 de Maio)


(festa de 1ª classe - paramentos brancos)

A Igreja baptizava outrora as festas pagãs, usando com soberana liberdade das datas e cerimónias para lhes dar um conteúdo cristão.

Foi inspirado nesta tradição que a Igreja colocou a festa civil do trabalho, no primeiro de Maio, ob o poderosos patrocínio de S. José, o humilde artífice que Deus escolheu para velar sobre a infância do Verbo Encarnado. Quem, melhor do que ele, com o trabalho quotidiano, deu graças a Deus Pai pelo Senhor Jesus (epístola), seu aprendiz dócil e obediente, Aquele a quem chamavam "filho do carpinteiro" (evangelho)?
Possa S. José cobrir com sua vigilante protecção o mundo do trabalho de que partilhou a austera sorte. Possa ele guiar e sustentar os esforços deste mundo do trabalho para fazer que reinem sobre o mundo a justiça e a caridade, sob a lei do amor a Cristo. 

(continuação, dia 2)

O Santo do Dia - Santa Catarina de Sena (30 de Abril)

(ver anterior, dia 29)

Santa Catarina de Sena
Virgem
(30 de Abril)
(festa de 3ª classe - paramentos vermelhos)


Catarina Benicasa nasceu em Sena em data desconhecida. Foi favorecida com visões desde os sete anos. Vindo a ser terciária na Ordem de S. Domingos, exerceu grande influência com sua vida de oração, mortificações extraordinárias e a irradiação dos seus escritos espirituais. Pode-se considerar uma das maiores figuras do século XIV por causa dos seus apelos incessantes à paz civil e para a reforma da Igreja. Esgotada pelos trabalhos e mortificações , morreu em Roma no dia 29 de Abril de 1380. Por carta apostólica de 18 de Junho de 1939 o Papa Pio XII declarou S. Francisco de Assis e Sta. Catarina de Sena primeiros padroeiros de toda a Itália.

(continuação, dia 1 de Maio)

O Santo do Dia - São Pedro de Verona (29 de Abril)

(ver anterior, dia 28)



São Pedro de Verona
Mártir
(29 de Abril)
(festa de 3ª classe - paramentos vermelhos)


Tendo nascido em Verona, de pais maniqueus, S. Pedro veio a converter-se.  Entrou na Ordem dos Dominicanos com o ardente desejo de pregar a Fé Cristã e de dar sua vida por ela, e foi ouvido: assassinaram-no em plena actividade apostólica, na estrada de Como a Milão, aos 6 de Abril de 1252.

(continuação, dia 30)

O Santo do Dia - São Paulo da Cruz (28 de Abril)

(ver anterior, dia 25)


São Paulo da Cruz
(28 de Abril)
Confessor
(festa de 3ª classe - paramentos brancos)

Nascido na Itália, perto de Génova, em 1694, S. Paulo da Cruz, teve desde tenra idade um ardente amor pela Paixão de Cristo. Viveu primeiro algum tempo como eremita; depois fundou em Roma a ordem dos Passionistas, que se dedicavam à pregação dos mistérios da Cruz. A sua vida foi inteiramente marcada pela mortificação e pelo sofrimento.
S. Paulo da Cruz morreu em Roma aos 18 de Outubro de 1775.


(continuação, dia 29)

O Santo do Dia - São Pedro Canísio (27 de Abril)

(ver anterior, dia 26)



São Pedro Canízio
Confessor e Doutor
(27 de Abril)
(festa de 3ª classe - paramentos brancos)


S. Pedro Canísio, natural de Nimega, pertencia à Companhia de Jesus. Partilha com S. Bonifácio o título de Apóstolo da Alemanha. Pelas suas pregações, seus livros de controvérsias e de piedade, pela fundação de vários colégios, pelas missões de que quatro Papas o encarregaram junto dos Príncipes e dos Bispo alemães, S. Pedro lutou eficazmente contra a extensão do protestantismo. Foi em grande parte graças a ela que a Renânia e da Áustria permaneceram fiéis à Santa Sé. Assistiu como teólogo ao Concílio de Trento, e redigiu o primeiro catecismo, em conformidade com as prescrições do Concílio.
Morreu em Friburgo, na Suiça, no dia 21 de Dezembro de 1957. Foi canonizado e proclamado Doutor da Igreja pela Papa Pio XI

(continuação, dia 28)

O Santo do Dia - São Cleto e São Marcelino (26 de Abril)

(ver anterior, dia 25)


São Cleto e São Marcelino
(26 de Abril)
Papas e Mártires
(festa de 3ª classe - paramentos vermelhos)

S. Cleto, que provavelmente se deve identificar com Sto. Anacleto, figura no catálogo dos Papas como o segundo sucessor de S. Pedro, de 76 a 88. Seu nome vem no cânon da Missa.

S. Marcelino governou a Igreja dois séculos mais tarde, de 296 a 304, durante a terrível perseguição de Diocleciano.

(continuação, dia 27)

O Santo do Dia - São Marcos (25 de Abril)

(ver anterior, dia 24)


São Marcos
(25 de Abril)
Evangelista
(festa de 2ª classe - paramentos vermelhos)

S. Marcos é um dos quatro evangelistas. Não pertence ao grupo dos Apóstolos, mas discípulo da primeira hora, foi ligado sobretudo a S. Pedro; serviu-lhe de intérprete e pôs por escrito o seu ensinamento: o Evangelho de S. Marcos é o eco directo da pregação do chefe dos Apóstolos. Veneza tem a glória de possuir o seu corpo; é o padroeiro da cidade. A iconografia cristã tem o costume de representar S. Marcos com um leão. O leão é um dos quatro animais simbólicos da visão de Ezequiel.


(continuação, dia 26)

O Santo do Dia - São Fiel de Sigmaringen (24 de Abril)

(ver anterior, dia 23)


São Fiel de Sigmaringen
Mártir
(24 de Abril)
(festa de 3ª classe - paramentos vermelhos)


S. Fiel nasceu na Suábia, em Sigmaringen, em 1577. Sendo advogado, tomou tanto a peito a causa dos indigentes que lhe chamaram o advogado dos pobres. Entrou depois na Ordem dos Capuchinhos e foi mandado pela Santa Sé junto dos Grisões para os converter do protestantismo para a Fé Católica. A sua grande influência suscitou-lhe inimigos; foi assassinado em Sévis aos 24 de Abril de 1622.

(continuação, dia 25)

O Santo do Dia - São Jorge (23 de Abril)

(ver anterior, dia 22)



São Jorge
Mártir
(23 de Abril)
(festa de 3ª classe - paramentos vermelhos)


O culto de S. Jorge vem do Oriente, provavelmente da Palestina, onde foi venerado muito cedo como mártir. Considerado como Patrono dos exércitos cristãos, é celebrado tanto por latinos como grego. Roma tem um santuário erigido em sua honra, S. Jorge in velabro, onde se faz a estação na Quinta-Feira depois das Cinzas. 

(continuação, dia 24)

O Santo do Dia - Santos Sotero e Caio (22 de Abril)

(ver anterior, dia 21)


São Sotero e São Caio
(22 de Abril)
Papas e Mártires
(festa de 3ª classe - paramentos vermelhos)

Sotero, sucessor do Papa Aniceto em 166, morreu mártir em 175 sob o Imperador Marco Aurélio.
Caio, cujas relíquias se encontram no santuário de S. Silvestre em Roma, governou a Igreja um século mais tarde, e morreu aos 22 de Abril de 296.

Os Papas dos primeiros séculos suportaram o peso das perseguições que ameaçavam constantemente os fiéis; o pontificado de Caio foi, no entanto, marcado por um longo período de paz, uns dez anos antes da perseguição de Diocleciano.


(continuação, dia 23)

O Santo do Dia - Santo Anselmo (21 de Abril)

(ver anterior, dia 17)



Santo Anselmo
(21 de Abril)
Bispo, Confessor e Doutor
(festa de 3ª classe - paramentos brancos)

Sto. Anselmo nasceu em Aosta, no Piemonte, e fez-se monge no mosteiro de Bec-Hellouin, na Normandia, presidido pelo seu compatriota Lanfranco, a quem sucedeu em 1078 como abade de Bec, e em 1093 como Arcebispo de Cantuária. Tão sabedor de Teologia como de Filosofia, Sto. Anselmo foi um dos precursores da Teologia Escolástica. Os seus escritos valeram-lhe o título de Doutor da Igreja. Como Arcebispo defendeu energicamente a liberdade da Igreja contra as tirânicas ambições dos Reis de Inglaterra. "Cristo nada ama tanto no mundo, afirmava, como a liberdade da sua Igreja". Sto. Anselmo morreu em Cantuária no dia 21 de Abril de 1109.

(continuação, dia 22)

O Santo do Dia - Santo Aniceto (17 de Abril)

(ver anterior, dia 14)

Santo Aniceto
(17 de Abril)
Papa e Mártir
(comemoração - paramentos vermelhos)

Sto. Aniceto, décimo sucessor de S. Pedro, governou a Igreja de 155 a 166, anos duros em que a Igreja de Roma teve de enfrentar ao mesmo tempo as perseguições dos imperadores e as correntes heréticas de meados do século II. Sto. Aniceto recebeu em Roma S. Policarpo, Bispo de Esmirna, que veio consulta-lo acerca da data em que se devia celebrar a Páscoa.


(continuação, dia 21)

EXERCÍCIOS NAS SOLENIDADES DA IGREJA (II)

(ver anterior, parte I)

Dos Exercícios do Cristão nas Solenidades da Igreja
Cardeal de Mendonça, Patriarca de Lisboa
do Catecismo da Doutrina Cristã (1792)



§5
Das Solenidades desde a Páscoa da Ressurreição até Maio


- Que mistério celebra a Igreja no Domingo de Páscoa?
A admirável Ressurreição do Senhor, na madrugada de Domingo.

- Como deve um bom Cristão celebrar este Mistério?
Com a ressurreição da sua alma, saindo alegremente dos pecados, e faltas antigas.

- Com que obras pias deve ele acompanhar esta alegria santa?
Com a Confissão, e Comunhão Sacramental; mas isto não é preciso, se já o tiver feito na Quaresma.

- E porque pertence a este dia com especialidade a Santa Comunhão?
Para a memória da Páscoa que o Senhor celebrou antes que morresse, comendo com seus Discípulos o Cordeiro Pascoal, que era sua figura.

- De que Mistérios faz a Igreja memória no Oitavário da Páscoa?
Das diversas aparições do Senhor a seus Discípulos, depois de ressuscitado.

- A que Mistério se dedica o dia dos Prazeres?
Celebramos nele a alegria que a Senhora teve com a Ressurreição de Cristo.

- Que celebramos na última Dominga de Abril, na Fugida do Egipto?
A peregrinação repentina que a Senhora fez com o Menino para o Egipto, para escapar da morte que lhe queria Herodes.

- E que fez Herodes?
Para se assegurar de que tirava a vida ao Menino Deus, que ele não conhecia, mandou matar todos os meninos de dois anos para baixo.

- E como escapou o Menino?
Um Anjo avisou S. José, e não tardou em fugir para o Egipto.

(a continuar...)

O Santo do Dia - São Justino (14 de Abril)

(ver anterior, dia 13)


São Justino
(14 de Abril)
Mártir
(festa de 3ª classe - paramentos vermelhos)

S. Justino, filósofo e Mártir, foi também um dos mais importantes apologistas do século II. Ele próprio conta como, depois de ter seguido todas as escolas, foi levado ao Cristianismo e devotou a sua vida à defesa da Fé Cristã, considerada como a "única sabedoria segura e verdadeira". S. Justino é célebre sobretudo pelas duas apologias que teve a coragem de dirigir sucessivamente aos Imperadores Antonino e Marco Aurélio, perseguidores da Igreja. Uma delas contém uma descrição dos ritos do Baptismo e das cerimónias da Missa, a qual constitui o mais precioso testemunho que temos da liturgia Romana do seu tempo. Foi decapitado em Roma em 165.



No mesmo dia:

Santos Tibúrcio, Valeriano e Máximo
(14 de Abril)
Mártires
(comemoração - paramentos vermelhos)

O culto dos Santos Mártires que hoje festejamos está em relação com o de Sta. Cecília.







(continuação, dia 17)

EXERCÍCIOS NAS SOLENIDADES DA IGREJA (I)

Dos Exercícios do Cristão nas Solenidades da Igreja
Cardeal de Mendonça, Patriarca de Lisboa
do Catecismo da Doutrina Cristã (1792)

 
§4
Dos Mistérios da Semana Santa 

- Porque se chama Semana Santa a última da Quaresma?
Pelos santíssimos Mistérios, que nela se representam.

- Como deve viver um Cristão nessa Semana?
Deve viver santamente, como o tempo o pede.

- Que mistérios se celebram no Domingo de Ramos, com a Procissão?
A entrada triunfante de Jesus Cristo em Jerusalém, seis dias antes de morrer.

- Porque se faz essa Procissão com ramos de Palma?
Em memória dos ramos, que os meninos, e o povo traziam nas mãos, quando acompanharam o Senhor nesse triunfo.

- Como entrou o Senhor em Jerusalém nesse dia?
Sobre um jumentinho, ensinando-nos a humildade, ainda no meio das aclamações e louvores.

- Porque se bate com o pé da Cruz, na porta da Igreja, para entrar a procissão?
Para mostrar, que só pela Cruz de Jesus Cristo é que se nos abriu a porta do Céu, que até ali estava fechada a todos os homens.

- Que Mistérios se representam na Quinta-feira Santa?
A Ceia do Senhor, comendo nela o Cordeiro Pascal: e a instituição do Divino Sacramento.

- Que Mistério se representa na Sexta-feira Santa de Paixão?
A morte de nosso Salvador.

- Porque se não tocam os sinos nesse três dias?
Para mostrar  sentimento na morte do nosso Redentor.

- Porque se despem dos altares?
Para demonstração de luto, e representar como despiram o Senhor na sua morte.

- Porque não há Missa na Sexta-feira Santa, e somente se consome a Hóstia Consagrada no dia antecedente?
Porque como nesse dia se faz memória do Sacrifício cruento da Cruz, cessa o incruento do Altar, instituído para o representar.

- E tem a Igreja mais alguma razão para isso?
Também para mostrar, que pelo Sacrifício da morte do Filho de Deus cessaram todos os antigos Sacrifícios, e ficaram sem valor.

- Que se representa no Sábado de Aleluia?
A nossa Redenção, e a descida da Alma do Senhor aos Santo que estavam no Limbo.

- Que significa o Círio Pascoal?
A nova vida de Jesus Cristo, que é a luz do mundo.

- Porque se conserva esse Círio aceso nas Missas solenes até à Ascensão somente?
Porque nesses quarenta dias esteve no mundo Jesus Cristo ressuscitado.

- Sempre se celebraram estes Mistérios no Sábado de manhã?
Antigamente se celebravam na noite do Sábado para o Domingo; mas depois por causas justas se antecipou essa cerimónia para o Sábado de manhã.

(a continuar...)

O Santo do Dia - Santo Hermenegildo (13 de Abril)

(ver anterior, dia 11)


Santo Hermenegildo
(13 de Abril)
Mártir
(festa de 3ª classe - paramentos vermelhos)

Sto. Hermenegildo era filho do Rei dos Visigodos da Espanha, e casou-se com a filha do Rei dos Francos da Austrásia, convertendo-se depois ao Catolicismo, apesar da oposição do pai, que era ariano. Foi preso e depois condenado à morte, aos 13 de Abril de 586, para finalmente gozar no Céu daquela Realeza que ele soube preferir aos Reinos da terra.



(continuação, dia 14)

Passos da Sagrada Paixão

PASSOS DA SAGRADA PAIXÃO
Venerável Pe. Bartolomeu de Quental
das Meditações da Sacratíssima Paixão, e Morte de Cristo Senhor Nosso
 

Depois de comer em Betânia, despede-se Cristo Senhor Nosso de Sua Mãe Santíssima, com bom sentimento de ambos, e parte para Jerusalém a padecer.

[16:00] - Chega a Jerusalém depois das quatro da tarde, vê degolar o cordeiro, que era figura de sua morte, com a ânsia de seu coração, que se pode considerar.

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[16:30] - Às quatro e meia entra no Cenáculo para comer com os seus discípulos o Cordeiro Legal, lava-lhes os pés com suma humildade, institui o Divino Sacramento com sumo amor, e fala-lhes de Deus até as oito com grande edificação.

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[20:00 - 21:00] - Das oito até às nove anda mil e duzentos passos até o Horto de Getsémani, aonde faz Oração a seu Eterno Pai, qual durou até às onze e meia, com tanto fervor, que o fez suar sangue.

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[23:30] - Às onze e meia o prendem com duras cordas, e assim preso o levam com grande violência para Jerusalém.
 
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[00:00] - Às doze entrou em casa de Anás, aonde lhe deu o soldado aquela tão injusta, e abominável bofetada;
 
[00:30] - e Anás o mandou ao Sumo Pontífice Caifás, aonde chegou às doze e meia; aqui lhe fizeram grandes, e diferentes injúrias, levantaram-lhe falsos testemunhos, e S. Pedro o negou três vezes.
 
[02:00] - Às duas da noite o ataram a uma coluna, ou árvore do pátio, e se foram recolher, deixando-o com gente de guarda, que pelo discurso da noite o escarneceram, e injuriaram quanto se pode considerar.
 
[05:00] - Às cinco da manhã se juntou em casa de Caifás o Conselho de Juízes, diante dos quais foi acusado por espaço de hora e meia, depois do que o sentenciaram à morte; e sabendo isto Judas se foi enforcar.
 
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[06:30] - Às seis e meia o levam a casa de Pilatos com as mesmas prisões,
 
[07:00 - 08:00] - e demais a mais com uma grossa cadeia ao pescoço, onde de novo o acusam das sete até às oito, em que este juiz o remete a Herodes, a qual desprezando-o com os de seu exército, o mandou vestir de branco como a louco.
 
[09:00] - Às nove o levam outra vez a Pilatos; aqui foi trocado por Barrabás, atam-no a uma coluna, e o açoitam cruelmente, e os açoites foram cinco mil quatrocentos e sessenta; duraram até às dez.

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[10:00 - 10:30] - Das dez às dez e meia, em quanto Pilatos confirmava a sentença de morte, o coroam de espinhos com suma dor, e às dez e meia o trouxe Pilatos a uma varanda, e mostrando-o ao povo, disse: "Ecce Homo", e o povo clamou, que o crucificassem.

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[11:00] - Às onze em ponto saiu o Senhor com a Cruz às costas entre dois ladrões pelas ruas públicas de Jerusalém, nas quais encontrou a sua Mãe Santíssima, com estranhável dor de seus amantes corações, e à vista da Senhora caiu o Senhor por terra, com o peso da Cruz, e de nossos pecados.

[11:30] - Às onze e meia chega ao Calvário, depois de andar um quarto de hora de légua, assaz cansado, e afligido, despem-Lhe suas vestiduras, encravam-no na Cruz com incríveis dores, e crueldade.

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[12:00 - 03:00] - Das doze às três da tarde esteve o Senhor pregado na Cruz vivo, padecendo grandes tormentos, e falando as sete tão misteriosas palavras, e às três em ponto expirou.

[03:00 - 04:00] - Das três às quatro esteve o Senhor defunto na Cruz, em que o Louginhos deu a lançada, de que saiu sangue, e água.

_________//_________
 
[04:00 - 05:00] - Das quatro às cinco o desceram da Cruz, e o depositaram nos braços da Senhora, e dele o levaram à sepultura com a dor, e sentimento que se pode considerar daquela santa companhia.

 
Laus tibi Christe Deus, qui pro me tam acerba supplicia passuas fuisti.

O Santo do Dia - São Leão Magno (11 de Abril)

(ver anterior, dia 5)


São Leão Magno
(11 de Abril)
Papa, Confessor e Doutor
(festa de 3ª classe - paramentos brancos)

Eleito para a cadeira de S. Pedro em 440, na ocasião em que os bárbaros irrompiam de todos os lados através das fronteiras do Império, e em que a própria Igreja estava dividida em heresia, S. Leão dirigiu os destinos do mundo cristão com firmeza e largueza de vistas tais, que se tornou não só o guardião da Fé, mas também o salvador da civilização ocidental. Ficou célebre o seu encontro com Átila, o "flagelo de Deus", o qual determinou o Huno a retirar-se, estando às portas de Roma. A sua intervenção nas lutas doutrinárias não foi menos importante: S. Leão fez definir pelo Concílio de Calcedónia, em 451, a existência de duas naturezas, divina e humana, na pessoa única de Cristo. Morreu em 461. Compôs para o missal muitas orações, das mais belas que ainda hoje temos. Todos os sacerdotes conhecem do breviário os seus belos sermões para as grandes festas do ano litúrgico; nestas obras a magnificência de estilo vai de par com a solidez da doutrina.  

(continuação, dia 13)

O Santo do Dia - São Vicente Ferrer (5 de Abril)

(ver anterior, dia 4)


São Vicente Ferrer
(5 de Abril)
Confessor 
(festa de 3ª classe - paramentos brancos)

S. Vicente Ferrer nasceu em Valença em 1350. Entrou para a Ordem dos Dominicanos aos 17 anos. Orador violento e inflamado, percorreu a Espanha, a França e a Itália, verberando os pecadores com as suas advertências. As palavras do Profeta "levantai-vos, mortos e vinde ao julgamento", que repetia sem cessar operavam numerosos milagres de conversão. Chamavam-lhe o "anjo do julgamento". Morreu em Vannes, na Bretanha a 5 de Abril de 1419.






(continuação, dia 11)

O Santo do Dia - Santo Isidoro (4 de Abril)

(ver anterior, dia 2)


Santo Isidoro
(4 de Abril)
Bispo, Confessor e Doutor
(festa de 3ª classe - paramentos brancos)

Sto. Isidoro sucedeu a seu irmão S. Leandro na Sé Arqui-episcopal de Sevilha. Foi um dos maiores Bispos do séc. VII. Grande conhecedor de todas as ciências, foi considerado como o homem mais sábio do seu tempo. Tornou-se, com Cassiodoro e Boécio, um dos mestres mais lidos na Idade Média. Sto. Isidoro morreu em 636. O Papa Inocêncio XIII canonizou-o em 1722 e proclamou-o Doutor da Igreja.


(continuação, dia 11)

O Santo do Dia - São Francisco de Paula (2 de Abril)

(ver anterior, dia 28 de Março)


São Francisco de Paula
(2 de Abril)
Confessor
(festa de 3ª classe - paramentos brancos)

S. Francisco de Paula nasceu na Calábria. Depois de ter vivido com eremita dos catorze aos dezanove anos, reuniu à sua volta alguns confrades na vida religiosa. Foi a origem de uma nova Ordem, a que deu o nome de "Mínimos", "os mais pequeninos" na casa de Deus. Mandado para França pelo Papa Xisto IV para assistir Luís XI nos seus últimos momentos, aí ficou e fundou em Tours outro convento de Mínimos. Morreu em Plessis-Lès-Tours no dia 2 de Abril de 1507. A Igreja exalta o seu grande amor a Deus e a profunda humildade de que deu exemplo.

(continuação, dia 4)

História dos Milagres do Rosário (V)

(continuação da parte IV)

Dá-se razão porque se compõem em forma de Diálogo.

Resta dar razão, porque escrevemos a história dos milagres de N. Senhora a modo de dia logo, a quem é um grande desejo que temos, de que manjar tão excelente saboroso se apresenta-se em um prato mais rico e agradável, que se pode se achar, com que aproveitássemos a todos, principalmente a gente do povo, qual é o dos Diálogos, nos quais umas pessoas perguntam, e outras respondem, e deste estilo usou o Espírito Santo, como diz Origines, e comummente os santos, no livros dos cantares, no qual introduz as pessoas de Esposo e Esposa, para debaixo destas figuras declarar o imenso amor que Cristo nosso Deus como esposo, teve a sua mui amada esposa a Igreja. E o muito que ela o ama: e entendendo bem Platão a eficácia: e força , que tem este modo de ensinar, toda a doutrina que tratou, pôs em forma de Diálogo ... da divina, em que trata de Deus como da filosofia Metafísica, Ética, Política e Retórica, como sabem os que nela andam versados, e o notou bem Plutarco, dizendo, que eram semelhantes aos que os Gregos chamam Dramas, nos quais além das perguntas e respostas, também se representam alguma coisa, que seja mais acomodada para os meninos os terem na memória. E eram tão usados estes Diálogos de matérias pias, e devotas, que a Igreja convida aos Cristãos que os represente nas festas de N. Senhora. Ante thorum huius Virgines frequentate nobis dultie cantica Dramatis. É tão bem mui acomodado este modo de escrever Diálogos, para confutar má doutrina, como é a dos hereges, nos quais se fazem perguntas, e respostas das pessoas que se introduzem, com que aquela matéria, que se trata, fica muito mais clara. Deste modo de escrever se aproveitou Bardasanes Siro, como escreve Eusébio, no tempo de Marco Aurélio Antonino que crescendo em seu tempo muito as heresias de Marciano, e doutros, todas as confutou em doutíssimos Diálogos , os quais seus discípulo trasladarem de língua Siriaca, em Grega com mui grande proveito dos Fiéis, ainda que foi tão pouco ditoso, que levantando-se destas heresias caio em outras, ao qual compara Sto. Epifano a um não carregada de mui ricas mercadorias, que fez lastimoso naufrágio no porto. 

Por ser tão proveitoso , e fácil este género de compor, usaram dele quase todos os Santos, porque S. Jerónimo usa dele contra os Pelagianos, São Agostinho, S. Cirilo, S. Boaventura, e outros muitos Doutores, que os imitaram. E houve coisa mais conhecida nem trazida nas mãos, que os Diálogos de S. Gregório? Nos quais escreve os milagres do seu tempo com tão feliz sucesso , que os Gregos os trasladarem logo em sua língua, e Cesário Heisterbacinense o imitou, escrevendo (passante de 400 anos) também em Diálogo os de seu tempo, e outros gravíssimos Autores vendo todas estas comodidades que dizemos, escreveram suas obras em Diálogos, e porque uma das matérias que importa ser escrita em estilo muito fácil, e modo que logo se possa aprender, é a que trata da devação de nossa Senhora, na qual não se pretende outra coisa, senão que logo fique na memória, e se ponha em execução, levando diante tão grandes pilotos, como os que temos nomeado, escolhemos também este modo de compor. Pedimos com humildade ao Senhor, que costuma tomar as coisas baixas, e fracas, por instrumentos de suas grandes maravilhas, que seja servido de tomar esta nossa composição dos milagres, e devações da Santíssima Virgem, por instrumento, e por-lhe tão grande virtude, que todos os que lerem, senão forem seus devotos, se façam, e se o forem fiquem muito mais, ficando ele sempre glorificado nela que é Rainha de todos os Santos. 

(continuação, parte VI)